sexta-feira, 5 de março de 2010

La même chose... Salut "Bernadet"

"É preciso sair do país para enxergar o prestígio e o tamanhão do Benfica em todo o mundo. Estive três anos em França, no Marselha, joguei num estádio fantástico, o Vélodrome, convivi com grande jogadores como Papin e Waddle, mas o Benfica estará sempre no meu pensamento.

Os meus companheiros de equipa não percebiam muito o meu entusiasmo pelo clube, já que sabiam pouco do futebol português, embora reconhecendo o tremendo historial do Benfica.

Durante os primeiros tempos tive de aturar os comentários de Papin, logo desde o inicio, sempre que jogávamos em casa.

Uns dias antes de cada jogo, o Papin chegava para mim e me dizia:

"Mozer, vais ver o que é um estádio cheio e um ambiente terrível."

Terrível para os outros. Não sei se o se o Papin dizia isso para me intimidar, já que era novo no clube e não percebia muito daquela conversa.

Mas para mim, sempre pensava: "Este cara precisava de jogar no Maracanã ou no estádio da Luz, cheios." Era o que eu pensava.

Até que, na taça dos campeões, nas meias-finais, o Benfica calhou no caminho do Marselha. Fiquei, ao início, desgostoso, porque ia defrontar o meu Benfica, o clube que os meus companheiros sabiam que eu adorava. Me lembro de Sauzée, o meu zagueiro do lado me ter perguntado: "Você vai estar em condições de jogar contra o Benfica?"

Aí, senti que beliscavam o meu profissionalismo. Nos dois, jogos joguei a duzentos por cento.

Depois do primeiro jogo, em Marselha, uns dias antes de jogarmos na Luz, virei para o Papin e lhe perguntei: " Papin, voçê quer mesmo ver o que é um estádio cheio, com 120 mil a gritar todos para o mesmo lado?" Engraçada a reacção do Papin: "Voçê, está querendo me meter medo, Mozer?"

Não estava não e por isso lhe disse para esperar para ver. E já agora, tremer.

Pois bem, chegou o dia, chegámos no estádio da Luz e fomos logo indo para os balneários. Muitos risos, muita convicção de que íamos jogar a final da Copa dos Campeões. Lembro até que Tapie disse aos jornalistas franceses que lhe podiam chamar de Bernardette se o marselha perdesse a eliminatória.

Antes de subirmos ao relvado, para o aquecimento, Papin ainda troçou de mim, dizendo que estava já "tremendo de medo". E ria-se bastante.

Os jogadores foram saindo do balneário e eu atrasei um pouco, porque estava colocando uma ligadura no tornozelo.
Quandio cheguei perto do túnel de acesso ao estádio, começo a ver os meus companheiros, compeletamente assustados e todos do lado de dentro, não querendo entrar.
Só depois percebi que, nessa altura o Eusébio foi chamado ao relvado para receber uma homenagem e foi aí que o estádio quase vinha abaixo. Logo no momento em que os meus companheiros do Marselha se preparavam para entrar.

Claro que voltaram atrás assustados e me perguntado: "O que era aquilo?".

Aquilo respondi eu, é o INFERNO DA LUZ. Aí todos me começaram a me dizer para ser eu o primeiro a avançar, subi as escadas, entrei no relvado, não fui mal recebido e quando olhei para trás, estava sózinho. Espreitando, àsaida da escadaria estavam alguns dos meus companheiros do marselha, ainda com um olhar de medo e só nessa altura começaram a entrar.
No regresso às cabinas, perguntei a Papin: "Já sabes agora o que é um estádio cheio e um grande ambiente?"
A resposta, nunca mais a esqueci: "Mozer, nunca vi uma coisa destas. Tudo isto é incrível. Sempre tiveste razão, o Benfica é ENORME!"

Naquela noite, o Marselha perdeu, fiquei triste mas senti orgulho pelo Benfica. E já agora, naquele balneário, fui o único a ter uma vitória.

Foi uma vitória moral, sobre aqueles que não acreditavam na grandeza do Benfica."

José Carlos Mozer

quarta-feira, 3 de março de 2010

E já lá vão dois anos... Após o ressurgimento.

Dois anos passados ao lado de pessoas extraordinárias, com uma fé inigualável, e com um espírito doutro mundo. É assim que descreveria todos aqueles que fazem parte desta secção. Depois de um ano inicial bastante conturbado da equipa que tanto amamos, segue-se uma época de ouro, que fez com que os “habituais”, continuassem a sua tarefa nesta estranha forma de vida. Jogo após jogo, a empolgar a equipa á vitória. Á chuva, ao frio, ao sol, ao vento, de Norte a Sul, das ilhas á Alemanha… Sempre marcam presença, mesmo quando as adversidades eram imensas. A voz foi algo que nunca se poupou, e a cadeira do estádio, apenas serviu para pousar o casaco. A incógnita de um futuro melhor, só depende de nós, sempre servindo lealmente o grupo que optamos para transpor a barreira que nos separa de um simples adepto. Em verdade vos digo, que pertencer a este grupo significa, deitares-te a pensar nele e no mágico, levantares-te e pensares nos teus companheiros de bancada, passares a semana na ânsia de regressar a curva, passares a noite de véspera do jogo em branco, fazeres centenas de quilómetros, abdicar uma parte grande do salário, ver que o grupo não está nos seus melhores anos, mas que mesmo assim nunca esmorecer, Dizer com orgulho a toda e qualquer pessoa com orgulho que sou dos Diabos Vermelhos.

Benfica vs Paços | 22ª jornada


Liga sagres 22ª jornada
Domingo, dia 7 de Março, às 20h15
Bilhete 10 euros (sócio)

terça-feira, 2 de março de 2010

Novo espaço

Foi criado um "alojamento", na Internet, bem preparado, para nos servir de apoio ao arquivo das nossas fotos, vídeos, histórias, decomentários etc... www.ultrasnorte.pt.vu/